1. Histórico e contextualização do programa

O presente histórico do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (PPG-FAU-UnB) foi construído de modo a sublinhar suas diferentes etapas a partir de sua abertura e compreende: (4.1) A criação (1962-65); (4.2) Retomada: Planejamento Urbano e Desenho Urbano (1976-86); (4.3) Crescimento, expansão e consolidação (1987-95; 1996-2006; 2007-atual); e (4.4) Um breve balanço (2024).

 

1.1. A criação (1962-65)

FAU por Marcelo Brandt

O Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (PPG-FAU) da Universidade de Brasília (UnB) data de 1962, sendo, portanto, sua criação simultânea à própria UnB -  uma surpreendente conjunção entre a fundação da nova Capital (1960), de sua universidade e a implementação do primeiro curso de pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo no Brasil.

Desde sua abertura, o tema estruturante das pesquisas foi Brasília, sua arquitetura e seu território. Apesar da ênfase dada à nova capital do país, não se impunham restrições ao estudo de outros temas e objetos. No curso, as discussões teóricas e as realizações práticas respaldavam-se na construção da cidade e de seu campus universitário. O pós-graduando atuava como professor no curso de graduação, sendo supervisionado por professores mais experientes. Ao final de dois anos de estudos, ele apresentava o resultado de suas pesquisas na forma de uma dissertação submetida à defesa.

 

Nesta fase inicial, destaca-se o papel do Centro de Planejamento da Universidade de Brasília (CEPLAN), que se constituiu em um excepcional laboratório de projeto e estudos de tecnologia, desenvolvendo pesquisas na área de pré-fabricação da construção civil. Sob a direção de Oscar Niemeyer, os arquitetos e engenheiros que compuseram seu quadro inicial formaram a primeira turma de pós-graduandos do Mestrado - muitos deles protagonistas da história da arquitetura moderna de Brasília (para mais detalhes ver item “8.2.1 Os Egressos de 1965”). Os primeiros anos de criação do Mestrado em Arquitetura e Urbanismo da UnB eram impulsionados pelo dinamismo e criatividade que ritmavam a materialização da cidade em suas diferentes escalas. Contudo, os ventos favoráveis dos primórdios cessaram com o golpe de 1964. A Universidade de Brasília passou a ser alvo de atenção por parte dos militares, com invasões e pressões sobre seus professores. À época, seus dirigentes conduziram à demissão em massa dos professores que atuavam na pós-graduação, levando à suspensão de suas atividades em 1965, incluindo a própria interrupção do curso de graduação.

1.2. Retomada: Planejamento Urbano e Desenho Urbano (1976-1986)

Somente em 1976, o Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília foi reaberto. Nesta década, não eram muitos os cursos de pós-graduação na área, como atestam as datas de criação de alguns dos Programas de referência no Brasil: FAU-USP (1972), PROURB-UFRJ (1993), UFMG (1995). O PPG-FAU-UnB é retomado com novo nome: Curso de Mestrado em Planejamento Urbano.

 

Em pleno “Milagre Brasileiro”, com a atuação forte do Estado, o Planejamento Urbano tornava-se central nas políticas desenvolvimentistas diante de um país que  urbanizava-se com rapidez. Profissionais capazes de planejar as cidades, disciplinar o uso do solo, direcionar sua expansão e responder pelas demandas habitacionais e de saneamento eram necessários. O pacto entre as elites científicas, em geral de orientação esquerdista, e o governo militar possibilitou a formulação de políticas de investimento em ciência e tecnologia, incluindo o financiamento de estudantes para cursos no exterior. A aposta destes grupos ideologicamente divergentes era a transposição do cerco tecnológico do país. A formação destes quadros no exterior foi importante, pois voltaram com experiências em instituições contabilizadas pela clareza de formação nos níveis de mestrado e doutorado. Além da formação dos pesquisadores, recursos públicos eram aplicados na formação de pós-graduandos e em pesquisas via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico - BNDE (1969), Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FNDCT (1971), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq (1975), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES (1976). Nestas circunstâncias mais favoráveis, é que se retoma o Programa de Pós-graduação da FAU-UnB como um segundo momento de sua história.

 

A ênfase no Planejamento Urbano e na História e Crítica da Arquitetura e do Urbanismo manteve-se até os anos 1980, quando o Desenho Urbano surgiu como percurso paralelo à pesquisa no âmbito da FAU-UnB. A expansão do quadro docente permitiu a diversificação de interesses e abordagens, como também de temas. Em virtude desse interesse formou-se o Grupo de Pesquisa Dimensões Morfológicas do Processo de Urbanização (DIMPU), a partir de pesquisa de mesmo nome, reunindo novos professores. A produção e dinamismo do grupo, assim como o número crescente de pós-graduandos interessados nestes estudos, propiciaram, em 1986, o surgimento de um outro mestrado, o Curso de Mestrado em Desenho Urbano. Portanto, a partir desta data, a pós-graduação da FAU-UnB apresentava duas opções diferentes para os postulantes a nele ingressar: o Mestrado em Planejamento Urbano e o Mestrado em Desenho Urbano. A bifurcação do programa, ao contrário do que se poderia pensar, não representou sua fragilização. Ela era indicativa da própria ampliação dos estudos na área de Arquitetura e Urbanismo no Brasil, possibilitada pelo fortalecimento dos cursos de pós-graduação. O PPG-FAU-UnB trilhava, conjuntamente a outros programas de pós-graduação na área, caminhos convergentes.

Pode-se, até aqui, visualizar dois períodos no percurso da Pós-Graduação da Faculdade e Arquitetura da Universidade de Brasília:

  1. 1962-1965, o momento de criação; e
  2. 1976-1986, o momento de retomada e diversificação das abordagens de estudo, em concomitância com a profissionalização do sistema de pós-graduação no país.

1.3. Crescimento e expansão (1987-95; 1996-2006; 2007-2018)

Um terceiro momento do PPG-FAU-UnB inicia-se nos anos de 1987 e se estende até 1995, coincidindo com a redemocratização do país. Novamente o curso de pós-graduação da FAU-UnB retorna a sua estrutura inicial como um único programa: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPG-FAU). A estrutura desse Programa abrangia três áreas de concentração: 1) “Planejamento Urbano e Projeto Urbanístico”; 2) “Tecnologia, Paisagem, Ambiente e Sustentabilidade”; 3) “Teoria, História e Crítica”. A unificação dos dois cursos de Mestrado em um único Programa não significou perda ou prejuízos, pelo contrário, provocou sua diversificação abrindo outras áreas de concentração e de pesquisas, demarcando campos de investigação que se ampliaram, sobremaneira.

 

Se, por um lado, a unificação trouxe um novo élan para o corpo docente e um patamar de produtividade apontando um crescimento inédito, por outro, nos anos seguintes, uma série de aposentadorias de professores e a não abertura de concursos para recompor o corpo docente levaram ao enfraquecimento, não da qualidade, heroicamente mantida por um punhado de abnegados, mas do tamanho das áreas de concentração. As universidades públicas, de modo geral, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), passaram por dificuldades, com a sensível redução do quadro docente e ausência de concursos públicos. Mas apesar de todos os percalços deste período, o PPG-FAU logrou a aprovação para a abertura do seu curso de Doutorado, contrariando a situação da época, e se tornando o primeiro da região Centro-Oeste. Assim, uma distância considerável havia se desenhado entre os anos de criação da pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo na UnB e 2006, quando as primeiras teses do Programa foram defendidas.

 

A renovação aguardada do corpo docente do PPG-FAU-UnB foi possível somente a partir de 2007, quando foi instituído o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), que expandiu o número de vagas nas universidades públicas e contratou novos professores. A ampla contratação de professores efetivos, sobretudo a partir de 2009 e o respectivo credenciamento desses novos docentes no PPG-FAU-UnB trouxeram mais vitalidade ao programa, somando esforços no aprimoramento de sua estrutura e no enriquecimento de suas pesquisas, na criação de novas linhas de pesquisa, considerando a boa diversidade de doutores formados por outras universidades além da UnB. Ressalta-se ainda a constituição de novos Laboratórios de Pesquisa que se somaram aos existentes.

 

Em 2012, buscando ajustar-se tanto a nova composição docente do programa quanto em virtude dos novos parâmetros adotados pela pós-graduação no país, foram realizados oficinas e seminários com o objetivo de melhor definir as áreas de concentração de pesquisas, rever, reformular e/ou criar as linhas de pesquisa, bem como reestruturar o quadro de disciplinas visando à coerência entre as áreas de concentração, as linhas de pesquisa e suas disciplinas relacionadas. Naquele momento, a estrutura do PPG, que ficou vigente até meados de 2024, contava com 3 áreas e 9 linhas, quais sejam:

  1. Área “Teoria, História e Crítica” (THC), linhas “História e Teoria da Arquitetura” (HTA), “História e Teoria da Cidade e do Urbanismo” (HTCU), “Patrimônio e Preservação” (PaPre) e “Estética, Hermenêutica e Semiótica” (EHS).
  2. Área “Tecnologia, Ambiente e Sustentabilidade” (TAS), com as linhas “Estruturas e Arquitetura” (EA), “Sustentabilidade, Qualidade e Eficiência do ambiente construído” (SQE) e “Tecnologia de Produção do Ambiente Construído” (TPAC).
  3. Área “Projeto e Planejamento” (PP), com as linhas “Habitação e Projeto Edilício” (HPE), “Paisagem, Território e Políticas Urbanas” (PTPU) e “Configuração urbana, Apropriação e Participação Social” (CAPS).

1.4. Consolidação e nota 5 (2019-2020)

O quadriênio de 2017 a 2020 configurou-se como um dos períodos mais significativos da história do PPG-FAU-UnB, marcando sua reorganização e reestruturação, culminando na elevação à nota 5, conferida pela CAPES, em reconhecimento à consolidação do Programa. Nesse interregno, diversas ações voltadas à otimização e sistematização da gestão e estruturação foram implementadas, destacando-se várias ações estratégicas de gestão, coordenação, qualificação da produção intelectual e formação.

 

Primeiro, foi realizada a revisão dos normativos internos, em especial o Regulamento do Programa, que estabeleceu as disciplinas obrigatórias, os créditos mínimos para Mestrado e Doutorado, a exigência de produtos intelectuais por parte dos discentes, além da definição de ações contínuas de planejamento e de aprimoramento institucional. Destaca-se, ainda, a reestruturação da área de Planejamento e Projeto, com a redução de uma de suas linhas e a reorganização dos projetos de pesquisa, agora sistematicamente distribuídos por AC e LP. Tal medida consolidou o projeto de pesquisa como núcleo estruturante da organização e da gestão acadêmica do Programa, mas também evidenciou a necessidade de uma reestruturação mais profunda das AC e LP, o que ocorreu no quadriênio seguinte (2024).

 

Ainda neste período, promoveu-se o fortalecimento da produção acadêmica qualificada de docentes e discentes por meio de editais de fomento, bem como a organização das comissões permanentes, garantindo a participação de todos os professores nos processos de gestão, no planejamento estratégico e na autoavaliação contínua do programa. Soma-se a estes, aprimoramento da gestão do Programa, incluindo a automatização de processos e a criação de formulários específicos para cada demanda administrativa. Tais medidas não apenas facilitaram o trabalho da secretaria, como também democratizaram o acesso à informação. Paralelamente, foi promovida a sistematização da política de acompanhamento de egressos, ampliando-se o vínculo com os ex-alunos e aprimorando-se a coleta de dados sobre sua produção acadêmica, bem como seus percursos profissionais e acadêmicos. O quadriênio também foi marcado por investimentos na capacitação de docentes e discentes, especialmente no que tange ao uso das plataformas e aos procedimentos da pós-graduação, com ênfase na correta utilização do Currículo Lattes e na compreensão dos princípios norteadores da avaliação da CAPES.

1.5. Atualidades: Um breve balanço (2021-2024)

A partir dos intensos processos de planejamento e autoavaliação realizados no quadriênio 2021-2024, ficou claro para o Colegiado que essa estrutura era excessivamente complexa e estanque, segmentando as temáticas em seções que já não representavam a qualidade, a interdisciplinaridade e a diversidade das pesquisas realizadas. Assim, em um enorme esforço de planejamento e rearranjo institucional, a partir de várias oficinas participativas, o Colegiado do PPG-FAU-UnB desenhou uma nova estrutura, mais enxuta e aberta, composta de 2 AC e 4 LP, assim denominadas:

 

AC 1: Território, Cidade e Arquitetura (TCA). Reúne pesquisas em torno dos processos de concepção, transformação e reflexão sobre arquitetura e cidade. A formação nessa área transita desde os fundamentos epistemológicos e sociais da cultura material até a articulação crítica do pensamento sobre o patrimônio cultural, passando pelo estudo empírico e documental, com metodologias diversas e enfoque interdisciplinar, compreendendo recortes espaço-temporais diversos. Estudos sobre políticas, planos e gestão em escalas diversas, do edifício ao território, bem como os diversos temas dos estudos urbanos, incluindo análises e proposições sobre planejamento urbano e territorial, legislação, reabilitação, regularização fundiária urbana e mobilidade. Pesquisas voltadas para o âmbito edilício que envolvam estratégias projetuais, configuração, representação e acessibilidade.

As linhas de pesquisa dessa AC são:

 

LP1 - “História, Patrimônio e Estética” (HPE)

LP2 - “Paisagem, Projeto e Planejamento” (PPP)

AC 2: “Tecnologia, Ambiente e Sustentabilidade” (TAS). Dedica-se aos estudos relativos a técnicas e processos ligados à produção da Arquitetura e do ambiente construído, com atenção à sustentabilidade, ao projeto e ao planejamento, à conservação das edificações, aos materiais construtivos, às estruturas.

As linhas de pesquisa são:

LP 3 - “Sustentabilidade, Qualidade e Desempenho” (SQD)

LP 4 - “Projeto, Construção, Estruturas e Conservação” (PCEC)

 

Observa-se, assim, que a nova estrutura do PPG-FAU-UnB, apesar das mudanças,  mantém heranças de sua origem e a presença de sua própria história; ao mesmo tempo em que se abriu novas frentes com a criação de novas linhas de pesquisa. Por exemplo, as temáticas de História e Crítica da Arquitetura, bem como questões de Projeto e Planejamento estão presentes desde 1962, não com os mesmos nomes, mas enquanto temáticas de investigação e pesquisa. Já os estudos nas áreas de Desenho Urbano fazem parte da atual área de concentração TCA. A criação da área de “Tecnologia, Ambiente e Sustentabilidade” assumiu as pesquisas de tecnologia na escala do edifício e ampliou o escopo aos estudos urbanos na medida em que se orientou pelo foco em sustentabilidade do ambiente construído, em busca de soluções para o habitat humano, de recursos esgotáveis e de soluções e possibilidades para nossas cidades.

 

Importante destacar que essa mudança foi realizada em 2024, implicando no acúmulo de AC e LP novas e inativas durante o ano de 2024 na plataforma Sucupira. A partir de 2025, teremos apenas as 2 novas AC e 4 LP na plataforma.

 

Em breve resumo, podemos destacar os principais aspectos de consolidação, avanços e melhorias realizados no PPG-FAU-UnB (2021-2024):

  • A organização da nova estrutura de áreas e linhas de pesquisa;
  • O aumento da proporção de docentes permanentes (DP), evidenciando o amadurecimento e a consolidação de suas atuações no programa;
  • O aumento na recepção de pós-doutorandos de todo o país e do exterior;
  • A qualificação crescente dos produtos bibliográficos, com destaque para artigos em revistas de alto impacto;
  • O fortalecimento e a consolidação das redes e dos acordos internacionais, incluindo o aumento do número de co-tutelas de doutorado com instituições internacionais;
  • A organização de eventos nacionais de extrema relevância, como o VI ENANPARQ (2021), e eventos internacionais, como o ALEUP (2023), e diversos outros;
  • O recebimento de prêmios regionais, nacionais, internacionais;
  • A atuação internacional de alto impacto, com destaque para projeto de arquitetura premiado (Paróquia Sagrada Família-DF), projeto com participação da profa. Luciana Saboia; Exposição Bienal de Arquitetura de Veneza - Pavilhão Terra (2023), que recebeu o prêmio Leão de Ouro (prof. Paulo Roberto Tavares na curadoria); curadoria (2024) do Pavilhão Brasil na Exposição Bienal de Arquitetura de Veneza (2025), coordenado pela profa. Luciana Saboia;
  • A atuação contínua de membros do programa em instituições e associações de grande relevância para a área, com destaque para a presidência da ANPARQ pelo prof. Ricardo Trevisan (2021-2022);
  • A expansão da atuação extensionista de alto impacto social e educacional, com a 1ª Edição da “Residência CTS - Habitat, Agroecologia, Economia Solidária e Saúde Ecossistêmica” (2023-2024), seguida pela organização e edital de seleção da 2ª edição (2025-2026);
  • A continuidade da atuação educacional em nível nacional com a Pós-graduação Lato Sensu em Reabilitação Ambiental Sustentável Arquitetônica e Urbanística - Reabilita (edições 12 e 13);
  • A organização do MINTER com Universidade Federal de Campina Grande - UFCG, que terá a primeira turma em 2025;
  • A realização contínua de editais internos de fomento para docentes e discentes;
  • As melhorias na legislação da UnB/DPG e do próprio PPG, com destaque para a nova Resolução de bolsas, a Resolução de aproveitamento de créditos por atividades complementares e a revisão da Resolução de credenciamento e recredenciamento, com o aumento dos critérios focados na produção;
  • A ampliação da atuação e do impacto na sociedade, por meio do desenvolvimento da Residência e de diversos acordos de cooperação com o governo federal via Termos de Execução Descentralizada (TEDs), como aqueles assinados com o IPHAN Nacional, IPHAN DF, Fundo Nacional de Saúde, Secretaria Nacional de Periferias do Ministério das Cidades e Ministério das Mulheres;
  • As melhorias significativas na infraestrutura do programa, tanto em termos de espaço físico quanto de gestão;
  • A melhoria do site do programa e da comunicação com a comunidade;
  • A incorporação de representantes discentes nas comissões, com destaque para a comissão de bolsas regulares e bolsas sanduíche, visando a maior transparência.

 

Ao esboçar uma visão retrospectiva do PPG-FAU-UnB, constata-se sua crescente importância local, regional, nacional e internacional dada pelo alcance de suas pesquisas, pela construção coerente de suas áreas de concentração, intencionando, sobretudo, contribuir para as questões de seu tempo, sejam elas relacionadas ao seu entorno imediato, à realidade nas diferentes escalas do território. Seu papel simbólico-histórico é constantemente reavivado; rememora-se que por seus corredores e salas de aula trabalharam e estudaram arquitetos, urbanistas, pesquisadores e historiadores que fazem parte da trajetória da Arquitetura e do Urbanismo brasileiros do século XX.

 

A utopia presente em sua criação, a qual inspirou seus professores e pesquisadores pioneiros, com a devida distância crítica, continua a alimentar o esforço de seu atual corpo docente e discente. Desde sua criação aos dias atuais, a Capital Federal, por exemplo, prossegue sendo interesse de pesquisas e estudos na atualidade do PPG-FAU-UnB, com a diversificação de problemáticas decorrentes de sua condição metropolitana no século XXI. Nesse percurso, formou muitos mestres (738 até 2024) e doutores (191 até 2024). A demanda por vagas se estabilizou neste quadriênio, o que permitiu uma melhor distribuição das orientações entre os professores.

 

Lista completa das dissertações (desde 1977) e teses defendidas (desde 2006) está disponível no site do PPG-FAU: https://ppgfau.unb.br/prospectar-2/egressosA formação de novos mestres e doutores repercute na qualidade do ensino em cursos de Arquitetura e Urbanismo, tanto em instituições privadas quanto públicas, especialmente no eixo definido por Brasília, Anápolis e Goiânia, no qual, nos últimos 20 anos, o número de Faculdades de Arquitetura e Urbanismo ampliou sobremaneira - somente em Brasília são 13 cursos agregando no mínimo 250 docentes. O PPG-FAU-UnB tornou-se, portanto, uma referência regional e nacional como formadora de novos pesquisadores e jovens professores, e, agora, dando passos definitivos rumo à internacionalização com a formação de novos professores e visitas internacionais de pesquisas em instituições parceiras no exterior, reafirmando sua relevância. É sabido que o conjunto de conhecimentos gerados não deve ser considerado exclusivamente sob a perspectiva quantitativa, mas na qualidade de seu conteúdo muito dos quais premiados e reconhecidos nacional e internacionalmente.

 

Para ilustrar a notoriedade do PPG-FAU-UnB, apresentam-se a seguir um resumo de dados obtidos. São informações relativas às pesquisas realizadas ou em curso do último quadriênio (dissertações e teses defendidas, artigos, livros e capítulos de livros publicados etc.), à infraestrutura (laboratórios, grupos de pesquisa), aos eventos realizados, ao corpo docente, à abrangência regional. São apenas alguns dados preliminares - um breve balanço. No último quadriênio (2021-2024), professores permanentes, colaboradores, visitantes e discentes do PPG-FAU-UnB produziram e defenderam 125 dissertações e 76 teses.

 

Ademais, a política de publicação do PPG-FAU-UnB orienta e incentiva a divulgação das pesquisas de seus professores. Faz-se saber que no período de 2021-2024, a coordenação de curso empenhou-se, com ótimos resultados, na contínua qualificação de seus dois periódicos: Revista Paranoá (http://periodicos.unb.br/index.php/paranoa) e a Revista Estética e Semiótica (http://periodicos.unb.br/index.php/esteticaesemiotica), ambas hospedadas no Portal de Periódicos da Biblioteca Central da Universidade de Brasília. A Revista Paranoá é o periódico científico do Programa desde 2002, hoje qualificada como Qualis A3 (era B2 na avaliação anterior). Em 2023, a Paranoá foi reestruturada mais uma vez, passando a responder aos parâmetros de política editorial recomendados pelos principais indexadores nacionais e internacionais, especialmente Scielo e Scopus. No momento, a Paranoá está indexada no PKD Index, Latindex e Latindex 2.0, DOAJ, REDIB - Red Iberoamericana de Innovación y Conocimiento Científico, dentre outras bases digitais. A Revista Estética e Semiótica, cujo editor é o professor Flavio René Kothe, membro da Academia Brasiliense de Letras, tem sido outro importante veículo de divulgação de conhecimentos, crônicas, críticas de arte, ensaios, entrevistas e traduções, tendo, hoje, classificação Qualis B2.

 

Por sua vez, a constituição e robustez de laboratórios e de grupos de pesquisa mostra a maturidade das investigações desenvolvidas no Programa. São importantes espaços de congregação de professores, alunos e pesquisadores, ao mesmo tempo em que dão respaldo aos seus membros, articulando lideranças cada dia mais atuantes na participação de editais de pesquisa e obtenção de recursos para financiá-las. Pode-se aqui destacar alguns desses espaços, que contemplam todas as AC do PPG-FAU-UnB e suas respectivas LP:

  • LABEURBE - Laboratório de Estudos da Urbe;
  • NEHS - Núcleo de Estética, Hermenêutica e Semiótica;
  • Observatório das Metrópoles - Núcleo Brasília/RIDE;
  • ARQ - Laboratório de Configuração Arquitetônica;
  • DIMPU - Laboratório Dimensões Morfológicas Processo de Urbanização;
  • LACAM - Laboratório de Controle Ambiental e Eficiência Energética;
  • LACIS - Laboratório do Ambiente Construído, Inclusão e Sustentabilidade;
  • LaSUS - Laboratório de Sustentabilidade aplicada à Arquitetura e Urbanismo;
  • LFDC - Laboratório de Fabricação Digital e Customização em Massa;
  • LATEC - Laboratório de Tecnologia em Estruturas e Construção Civil na Arquitetura;
  • LABRAC - Laboratório de Reabilitação do Ambiente Construído;
  • PERIFÉRICO - Laboratório Periférico UnB;
  • LUPA - Laboratório de Pesquisa em Acervos e Arquivos de Arquitetura e Urbanismo;
  • LAB Mulheres, Arquitetura e Território;
  • LAB Paisagem;
  • LAB Água & Ambiente Construído - AAC; e
  • Lab Ambiente 33 - Espacialidades, Comunicação, Estética e Tecnologias.

 

Esta mesma situação pode ser verificada nos 18 Grupos de Pesquisa (GP) certificados pela UnB e pelo CNPq e que atualmente estão ativos (5 a mais do que em 2020). Os GP atuantes hoje no PPG-FAU-UnB são:

  1. Sustentabilidade em Arquitetura e Urbanismo;
  2. Qualidade ambiental, iluminação e eficiência energética no espaço construído;
  3. Documentação, modelagem e conservação do patrimônio;
  4. Periférico, Trabalhos Emergentes;
  5. Água & Ambiente Construído;
  6. Topos - Paisagem, Projeto, Planejamento;
  7. Núcleo de Estética, Hermenêutica e Semiótica - NEHS;
  8. Estruturas e Arquitetura;
  9. LAB - Mulheres, Arquitetura e Territórios;
  10. Cidades Possíveis;
  11. Simulação Computacional no Ambiente Construído - SiCAC;
  12. Conhecimento e Aplicação de Bambus e Fibras Naturais CAB;
  13. PISAC - Parque de Inovação e Sustentabilidade do Ambiente Construído;
  14. Sustentabilidade, Desempenho e Reabilitação das Edificações;
  15. Estudos de arquitetura latinoamericana e arquitetura comparada;
  16. Dimensões Morfológicas do Processo de Urbanização; e
  17. LFDC - Laboratório de Fabricação Digital e Customização em Massa;
  18. Brasil, Brasília: Capítulos na História da Arquitetura e do Urbanismo. 

 

Estes ancoram-se, muitas vezes, nos laboratórios, possibilitando o intercâmbio dos diferentes pesquisadores. Pela apresentação dos grupos observa-se a coerência que os vincula aos laboratórios e, sobretudo, às LP, tendo igual impacto no conjunto das disciplinas oferecidas pelo programa. Tais laboratórios, núcleos e grupos são partes fundamentais da engrenagem do PPG-FAU-UnB, com atuações para além das dependências físicas do programa. Organizam-se congressos, seminários e eventos de abrangência nacional e internacional. Tais ações contribuem para inserção do Programa no campo acadêmico, mas também ampliam sua visibilidade junto à sociedade ao divulgar seus resultados e pesquisas em desenvolvimento. Dentre estes eventos, destacam-se neste quadriênio a organização do VI Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo - ENANPARQ (2021); do VII Seminário da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo - SeNAU (2021), do V Seminário Internacional da Academia de Escola de Arquitetura e Urbanismo de Língua Portuguesa - AEAULP (2023); do Seminário de Avaliação de Ensino e Pesquisa em Estudos Urbanos e Regionais - SEPEPUR (2024). Historicamente, destacamos a organização dos seguintes eventos relevantes: 6th International DOCOMOMO Conference (2000); 9º Seminário DOCOMOMO Brasil (2011); V PLURIS - Congresso de Planejamento Urbano Regional Integrado e Sustentável (2012); VI Seminário de Avaliação de Ensino e Pesquisa em Estudos Urbanos e Regionais - SEPEPUR (2013); VIII Encontro Latino-americano de Conforto no Ambiente Construído - ENCAC (2013); III Congresso Internacional de História Urbana (2013); VI Colóquio Internacional Filosofia e Ficção (2013); XIII Seminário de História da Cidade e do Urbanismo - SHCU (2014); Portuguese Network of Urban Morphology - PNUM (2015); Colóquio Internacional Estéticas no Centro (2020); e Café com Europa (2020), parceria com a Representação da Comunidade Europeia, Embaixadas de Portugal e dos Países Baixos.

 

O corpo docente do PPG-FAU-UnB constitui-se, atualmente, de 45 pesquisadores (37 permanentes, 7 colaboradores e 1 visitante) formados em importantes universidades brasileiras, notadamente a UFRJ, a USP, a UFPE, bem como por instituições estrangeiras localizadas na França, Alemanha, Espanha, Bélgica, Países Baixos, Estados Unidos da América, Portugal, entre outras. Na última década, estágios pós-doutorais foram realizados, propiciando avanços na produção de pesquisas e conhecimento. A disposição de professores para esses estágios é uma medida dos esforços para garantir a posição proeminente que o Programa construiu ao longo de seus mais de 60 anos de existência. Além deste aspecto, o PPG-FAU-UnB orientou-se por abrir suas portas a pesquisadores com formação em outras áreas, como Filosofia, Engenharia, Sociologia, Literatura, História, Arquivologia entre outras, de forma a fecundar a formação de seus estudantes com perspectivas distintas, assumindo e fomentando as recomendações nesse sentido presentes no últimos documentos de área AUD quanto à importância do seu caráter multi e transdisciplinar, e respaldado pelos ofícios mesmos para os quais tais disciplinas são mobilizadas. Com estas características, o PPG-FAU-UnB desponta no cenário de transformação constante que caracteriza a região Centro-Oeste, onde somos o único curso de doutorado em Arquitetura e Urbanismo (até 2024), mas com visível expansão nacional.

 

Também destacamos a relevância do Programa no eixo onde se insere, composto pelos seus dois maiores pólos urbanos: Brasília e Goiânia. Esse eixo, atualmente, concentra uma população de 6,8 milhões de pessoas, com a presença de três universidades públicas: a Universidade de Brasília (UnB), com 35.000 alunos, 4 campi e 156 cursos de pós-graduação; a Universidade Federal de Goiás (UFG), com aproximadamente 28.000 alunos e 85 programas de pós-graduação; e a Universidade Estadual de Goiás (UEG), com cerca de 25.000 estudantes em 39 campi, sendo 13 cursos de pós-graduação. Destas reputadas IES, apenas a UnB, com a sua Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, oferece um programa de doutorado na área. E vem capacitando, de maneira contínua e crescente, professores e pesquisadores para a docência da Arquitetura e Urbanismo - vejam-se os 13 cursos de Arquitetura e Urbanismo localizados no Distrito Federal -, assim como para o serviço público e atividades profissionais na iniciativa privada (Cf. Sessão Perfil dos Egressos para um quadro resumido e a Sessão Acompanhamento de Egressos, para lista detalhada).

 

Para além dessa centralidade regional e logisticamente estratégica, observa-se que seus discentes são oriundos de todas as regiões do país e, com isso, contribuem para uma diversificação mais concreta dos debates, temas e objetos de pesquisa dentro do PPG-FAU-UnB; ao mesmo tempo, em que, como egressos, também são decisivos para uma profunda ramificação em território nacional do conhecimento e dos saberes obtidos no PPG-FAU-UnB, já que muitos voltam para suas cidades de origem. Além desse alcance nacional, na atualidade, nosso Programa também se destaca pelas ações de internacionalização, incluindo: acordos com instituições estrangeiras; bolsas pós-doc para professores; bolsas sanduíche para doutorandos; recepção de alunos e pesquisadores-visitantes estrangeiros, com destaque para o Programa Grupo de Cooperação Internacional de Universidades Brasileiras - GCUB/CAPES; acordos de co-tutela; participação e organização de eventos internacionais; além de constantes publicações internacionais.

 

Nesse sentido, o Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília, com seus 45 professores e pesquisadores, 2 AC e 4 LP consegue cobrir uma demanda regional e nacional de formação e pesquisa, atraindo pós-graduandos de todas as regiões do país, além se encontrar em um processo crescente de sua internacionalização.

Para finalizar a contextualização do PPG-FAU-UnB, apresenta-se a seguir a estrutura de comissões permanentes criadas cumprindo o planejamento estratégico do Programa e que estão em funcionamento desde o quadriênio passado.

 

1.6. Comissões Permanentes do PPG-FAU/UnB

 

I - “Comissão de Pós-Graduação do PPG-FAU” (CPG).

Atribuições: ter visão do conjunto do programa; verificar articulação, aderência e atualização das Áreas de Concentração e Linhas de Pesquisa; ter conhecimento dos Projetos em Andamento e Estrutura Curricular; identificar a infraestrutura disponível e sua relação aos objetivos, missão e modalidade do Programa. Composição atual, docentes: Rômulo José da Costa Ribeiro, Maribel Aliaga, Ana Paula Gurgel, Carlos Eduardo Luna, Neander Furtado, Carlos Henrique Magalhães Lima, Vanda Alice Zanoni, Ana Elisabete Medeiros, João Pantoja, Joaquim Aragão, Daniel Richard Sant’anna; além de duas representações estudantis.

 

II - “Comissão Docentes”

Atribuições: analisar perfil do corpo docente do PPG-FAU-UnB e sua compatibilidade e adequação à proposta do Programa; verificar produção intelectual e preenchimento de dados na plataforma Lattes. Composição atual, docentes: Vanda Alice Garcia Zanoni, Ana Elisabete de Almeida Medeiros, Joaquim José Guilherme de Aragão, Cristiane Guinancio.

 

III - “Comissão Discentes”

Atribuições: analisar qualidade e adequação das teses e dissertações em relação às Áreas de Concentração e Linhas de Pesquisa; verificar qualidade da produção intelectual de discentes; avaliar e monitorar as atividades de pesquisa e envolvimento nas atividades do Programa (ficha de avaliação anual). Composição atual: João da Costa Pantoja, Chenia Rocha Figueiredo, Flaviana Barreto Lira, Cláudia da Conceição Garcia; além de duas representações estudantis.

 

IV - “Comissão Egressos”

Atribuições: identificar o destino e a atuação dos egressos nos últimos 5 anos; avaliar a qualidade da produção intelectual de egressos. Composição atual: Maribel Del Carmen Aliaga Fuentes, Jaime Gonçalves de Almeida, Caio Frederico e Silva, José Manoel Morales Sánchez; além de duas representações estudantis.

 

V - “Comissão Periódicos”

Atribuições: elaborar e implementar os projetos editoriais das revistas; qualificar o periódico do programa conforme critérios estabelecidos pela CAPES. Composição atual: Carolina Pescatori Candido da Silva, Caio Frederico e Silva, Carlos Henrique Magalhães de Lima, Daniel Richard Sant'Ana, Flávio Kothe, João Pantoja, Maria do Carmo Bezerra, Maria Fernanda Derntl, Rodrigo de Faria, Rômulo José da Costa Ribeiro.

 

VI -  “Comissão Inserção Social, Impacto Tecnológico e Solidariedade”

Atribuições: avaliar caráter inovador da produção intelectual em função dos seguintes impactos: educacional, social e tecnológico; verificar integração e cooperação com outros Programas e Centros de pesquisa e institucional; fomentar ações de pesquisa e extensão fora da sede. Composição atual: Liza Maria Souza de Andrade, Benny Schvarsberg, Raquel Naves Blumenschein, Valério Augusto Soares de Medeiros; além de duas representações estudantis.

 

VII -  “Comissão Visibilidade e Internacionalização”

Atribuições: promover visibilidade à produção intelectual e fomentar ações de internacionalização; promover o site do Programa, cursos, acordos, professores visitantes, disciplinas em língua estrangeira etc. Composição atual: Luciana Saboia Fonseca Cruz, Carlos Henrique Magalhães de Lima, Paulo Roberto Carvalho Tavares, Pedro Paulo Palazzo de Almeida, Eduardo Pierrotti Rossetti, Yaeko Yamashita; além de duas representações estudantis.