Projeto de pesquisa

O objetivo geral desta pesquisa é compreender as relações entre práticas socioculturais e a lógica de apropriação dos espaços domésticos na arquitetura brasileira do século XX, indo além de aspectos estilísticos e plásticos dos edifícios. Utiliza-se o arcabouço teórico metodológico da Sintaxe espacial para estudar a relação entre o espaço e sociedade mediante a representação e quantificação da configuração espacial, entendida como um sistema de permeabilidades e barreiras (áreas acessíveis ou não ao nosso movimento) e de opacidades e transparências (aquilo que é ou não facultado à nossa visão). Entende-se que os padrões espaciais carregam em si informação e conteúdo social e que, portanto, diferentes tipos de reprodução social requerem diferentes tipos de estrutura espacial. O objeto de estudo desta pesquisa é a produção arquitetônica residencial brasileira do século XX, em uma perspectiva diacrônica de análise. O “habitar” é um fenômeno complexo ao trazer consigo uma riqueza de elementos sociais e simbólicos. Entretanto, essas informações geralmente passam despercebidas pelos ocupantes (e mesmo nas pesquisas arquitetônicas) pela sua trivialidade cotidiana, mas cujo estudo aprofundado pode revelar padrões espaciais complexos, com relações de continuidade e mudança impressos na caixa edilícia e na configuração espacial da habitação e do seu entorno. Este trabalho justifica-se, portanto, na inserção desse olhar espacial à literatura da história da arquitetura brasileira e por trazer o viés crítico sobre os modos de como moramos e como projetamos nossas habitações.

Integrantes
Ana Paula Campos Gurgel (Coordenadora)
Tamires de Oliveira Cabral
Financiamento
Não